@MASTERSTHESIS{ 2014:537505926, title = {Ambiente Flutuante: os significados e identidade de lugar de moradores de casas flutuantes}, year = {2014}, url = "http://tede.ufam.edu.br/handle/tede/3931", abstract = "A identidade de lugar é formada por nossas experiências ao longo da vida em determinados contextos espaciais ou ambientais que, de alguma forma, marcaram ou marcam nossa existência e contribuem para a constituição como sujeitos psicológicos. Os significados físicos como abrigo e defesa são atribuídos à moradia, mas além desses, a moradia é concebida como categoria analítica e apresenta aspectos subjetivos devido aos significados emocionais e afetivos atribuídos pelos seus ocupantes. Desta forma, há estreita relação entre os aspectos espaciais, culturais, sociais, econômicos e os aspectos psicológicos na formação da identidade de lugar. Este estudo teve o objetivo de investigar os significados e identidade de lugar e suas implicações na formação da identidade social dos moradores de casas flutuantes na cidade de Coari-AM. A pesquisa de abordagem qualitativa exploratória descritiva incluiu a proposta de multimétodos para melhor compreender as relações socioambientais da moradia flutuante. Como técnicas foram adotadas: a) pesquisa documental junto aos órgãos públicos municipais para obtenção de dados oficiais sobre as moradias e seus ocupantes; b) observação participante com registros em diário de campo e fotográfico e entrevistas espontâneas com moradores antigos; e c) entrevistas semiestruturadas com 30 moradores (25F, 5M) com idade igual ou superior a 18 anos que residentes há mais de um seis meses no local. Os resultados obtidos apontaram que o sujeito morador de casa flutuante incorpora na sua própria história as vivências culturais do ambiente amazônico como também as mazelas sociais a que são submetidas ao longo do tempo. As ondas culturais sinalizavam a orla da cidade como única moradia possível na cidade. Morar em casa flutuante na orla da cidade está longe de ser um ambiente de glamour. Viver sobre as águas às margens da cidade é ter sempre à vista as dificuldades de posse, de mobilidade e de inclusão social. Viver sobre as águas é boiar na espera de um reconhecimento de cidadania. Neste território, o seu ocupante não é reconhecido pelos demais habitantes da cidade e pelos gestores públicos, pois lá não tem terreno, não tem rua, as casas não têm endereço. Os moradores acreditam que, por morarem nesse lugar, a cidade não lhes oferece possibilidades e sobre eles são jogados os restos da cidade. Morar neste lugar é viver o estigma da invisibilidade social e ter que lutar sempre para ser reconhecido como cidadão urbano com todas as carências próprias de sua condição socioeconômica, mesmo com o consolo de se sentir privilegiado em poder vislumbrar o mais lindo horizonte do rio.", publisher = {Universidade Federal do Amazonas}, scholl = {Programa de Pós-graduação em Psicologia}, note = {Faculdade de Psicologia} }