@PHDTHESIS{ 2015:1793932936, title = {Organização político-cultural e interculturalidade na gestão dos territórios indígenas para o Bem viver no Rio Negro-AM}, year = {2015}, url = "http://tede.ufam.edu.br/handle/tede/5388", abstract = "A presente tese analisa a mobilização/organização político-cultural das lideranças indígenas do rio Negro, membros das associações filiadas à Federação das Organizações Indígenas do Rio Negro (FOIRN), entidade representativa dos povos indígenas dessa região, em torno da elaboração de propostas visando à gestão/cuidado e a sustentabilidade/bem viver dos territórios indígenas. Os dados foram coletados com o uso de multimétodos, na perspectiva da pesquisa qualitativa, com a realização de entrevistas semiestruturadas feitas com os membros das associações vinculadas à FOIRN; por meio de entrevistas narrativas com as lideranças que participaram da criação do movimento indígena no rio Negro e da Federação; pela pesquisa documental e pela observação em eventos como as assembleias indígenas. A análise dos dados deu-se a partir da codificação e categorização das informações, procedendo-se a análise descritiva, teórica e interpretativa de conteúdo. Os resultados da pesquisa apontam que as propostas elaboradas pelas lideranças indígenas colocam como premissa a interculturalidade, por essência, diálogos entre saberes, demandando múltiplos percursos e parcerias entre agentes sociais e instituições que atravessam as fronteiras nacionais. A aliança de saberes reafirma a identidade étnica e promove a ressignificação do que está presente na região e que, a despeito de não ser indígena, em virtude da história de contado e de dominação, passa a fazer parte da vida dos povos indígenas, a exemplo, as demandas por escolarização formal, a bens tecnológicos e de informação, a alternativas de renda e outros que coexistem com as práticas indígenas tradicionais e não podem ser vistos como “diluidores” de suas culturas. A singularidade da proposta de gestão dos territórios, estruturada pelas lideranças que atuam nas associações indígenas e na FOIRN, consiste em ter viabilidade ao longo dos anos, estabelecendo o diálogo entre epistemologias distintas (e mesmo conflitantes), consolidando projetos que intercambiaram e traduziram saberes, cosmovisões e atitudes frente às questões sociais, econômicas, ambientais, políticas e outras no rio Negro. Os projetos de valorização da cultura indígena, proteção dos territórios, fortalecimento das organizações indígenas e de alternativas sustentáveis de renda são parte constituinte da proposta indígena de gestão dos territórios, delineadas desde a oficialização da demarcação das cinco terras localizadas no alto e médio rio Negro, em 1998, data que marca a mobilização/organização dessas lideranças, pautados nos pressupostos da autonomia e do protagonismo como condição necessária à consolidação de uma gestão indígena mobilizada por saberes indígenas, num processo que não exclui o diálogo com outros saberes advindos das relações interétnicas no passado e no presente, pois são essas perspectivas que projetam o futuro dos povos indígenas do rio Negro.", publisher = {Universidade Federal do Amazonas}, scholl = {Programa de Pós-graduação em Ciências do Ambiente e Sustentabilidade na Amazônia}, note = {Faculdade de Ciências Agrárias} }