@PHDTHESIS{ 2018:1147284205, title = {Percepção e cultura através da sombra no povoado de aqui (Moçambique) e na cidade de Macapá (Brasil)}, year = {2018}, url = "https://tede.ufam.edu.br/handle/tede/6428", abstract = "Distintas sociedades procuraram fazer leitura, interpretação do movimento aparente solar e mobilidade das sombras, para organizar estruturas do quotidiano. Dentre as várias funções das sombras, destaca-se o aproveitamento do conforto térmico, utilização para melhoria da qualidade da carne na produção animal. Na agricultura são aproveitadas na produção de cultivares de baixo fotoperiodismo. Na arquitetura, medicina, filosofia, geografia, matemática, física, desenho, arte, dentre outras áreas de saber escolar, ocupam o lugar de destaque, constituindo matérias nos conteúdos programáticos de ensino escolar. Conhecimentos sobre a forma esférica da Terra tiveram seus pressupostos na percepção de sombras, sendo que, ainda na atualidade, muitos povos como é o caso dos moradores do povoado de Aqui e da cidade de Macapá, utilizam esses fenômenos para orientação na construção de moradias para conforto térmico, traçado de rumos e azimutes nas trilhas de caminhadas, na determinação de distâncias a partir de numeração de sombras ao longo do percurso, produção de calendários anuais baseados em ciclos naturais das sombras, entre outras. A Tese analisou como os moradores da cidade de Macapá Estado de Amapá no Brasil e do povoado de Aqui na província de Inhambane em Moçambique, percebem e utilizam suas experiências de vida para aproveitamento das sombras. Procurando semelhanças e diferenças, que refletem particularidades socioambientais dos lugares escolhidos para estudo. O momento marcante da trajetória das sombras corresponde ao instante em que os objetos e coisas se sobrepõem a elas, na fase denominada equinócio, acontecendo na cidade de Macapá duas vezes por ano (março e setembro) e no solstício de dezembro no povoado de Aqui, ocorrendo uma vez por ano. A metodologia de pesquisa baseou-se na revisão bibliográfica e trabalho de campo, numa abordagem teórica conjugada entre o paradigma ecológico do pensamento antropológico de Ingold com as observações e entrevistas aos sujeitos sociais. Em Macapá, as entrevistas foram feitas durante os equinócios envolvendo os moradores participantes no ritual de passagem do sol pelo obelisco do monumento Marco Zero. Em Aqui, priorizaram-se reuniões na sede do povoado, com os madoda. O estudo aponta que, dos 465.495 habitantes de Macapá, mais da metade vive na área urbana trafegando a pé, de moto, de bicicleta, em ambientes de temperaturas altas. Os valores da temperatura são agravados pela localização da cidade sobre a linha do Equador, com intensa verticalização de residências, em um local sufocado pela umidade da floresta amazônica e do rio Amazonas, principalmente no equinócio das águas. Para os moradores de Macapá, a identidade da cidade está impregnada na sua localização sobre a linha imaginária do Equador, nomeando ruas, instituições públicas e privadas, organizando diversas atividades do cotidiano de acordo com a influência dos fatores da situação geográfica sobre a linha. A organização socioambiental na cidade obedece, aos equinócios das águas e das secas. A percepção sobre sombras dos moradores de Aqui está explicada de conceitos sobre floração, abscisão foliar, astronomia de posição, relógio solar, foto periodismo e estabelecimento de estações do ano partir de suas experiências de vida permitindo elaborar calendário baseado em ciclos naturais para variadas atividades.", publisher = {Universidade Federal do Amazonas}, scholl = {Programa de Pós-graduação em Ciências do Ambiente e Sustentabilidade na Amazônia}, note = {Faculdade de Ciências Agrárias} }