@PHDTHESIS{ 2020:2087570946, title = {Anestesia e transporte de Colossoma macropomum com os óleos essenciais de Aloysia triphylla, Lippia sidoides e Mentha piperita}, year = {2020}, url = "https://tede.ufam.edu.br/handle/tede/7771", abstract = "O tambaqui (Colossoma macropomum) é a espécie nativa mais produzida no Brasil. No entanto, em função da grande demanda, o aumento nas densidades de estocagem nos ambientes de criação, além das inúmeras práticas de manejo que conduzidas de forma inadequadas tem acarretado efeitos deletérios para o plantel. Com o intuito de minimizar esses efeitos, inúmeros produtos comerciais vêm sendo utilizados na aquicultura para reduzir os efeitos do estresse. Na última década muitos estudos descrevem a necessidade de avaliar produtos alternativos provenientes de espécies vegetais, que possuem propriedades anestésicas, em especial os que visam a redução do estresse associado ao transporte dos peixes. Com isso, o objetivo do trabalho foi em uma primeira etapa, a realização de uma revisão de literatura visando descrever o potencial anestésico e redutor de estresse dos óleos essenciais em peixes nativos, com especial ênfase para C. macropomum. Na sequência, a partir de delineamentos experimentais implantados no campo experimental da Embrapa na Amazônia ocidental, óleos essenciais de três fontes vegetais - Aloysia triphylla (OEAT), Lippia sidoides (OELS) e Mentha piperita (OEMP) - foram avaliados visando a determinação dos tempos e das concentrações necessárias para indução e recuperação anestésica em tambaqui e a avaliação das respostas morfofisiológicas do estresse em função do transporte sob a influência dos óleos essenciais. Para o alcance desses objetivos, as plantas foram cultivadas no setor de plantas medicinais da Embrapa Amazônia Ocidental, sendo os óleos essenciais extraídos e caracterizados quimicamente por espectrofotometria de massas e cromatografia em fase gasosa. Os peixes – juvenis de C. macropomum - foram adquiridos em estação de piscicultura comercial do município de Rio Preto da Eva - AM e transportados para o campo experimental da Embrapa em Manaus, onde passaram pela fase de recria até alcançarem o tamanho desejado para realização dos experimentos. No primeiro ensaio, para determinação do tempo e da concentração necessária dos óleos essenciais para indução e recuperação anestésica, os peixes foram individualmente expostos a diferentes concentrações dos óleos essenciais (OEAT: 5, 10, 20, 40, 60, 80 e 150 mg L-1; OELS: 2, 5, 10, 20, 30, 40 e 50 mg L-1; OEMP: 5, 10, 20, 40, 60, 70 e 90 mg L-1), num período entre quatro minutos a seis horas de exposição. Os três óleos essenciais apresentaram propriedades anestésicas. Os intervalos de concentração em que os peixes alcançaram todos os estágios de anestesia (1, 2, 3a, 3b, 4) foram entre 40 a 150 mg L-1 para OEAT, 20 a 50 mg L-1 para OELS e 40 a 90 mg L-1 para OEMP. A exposição de C. macropomum às concentrações anestésicas dos óleos não foi associada ao aumento à ocorrência de danos irreversíveis nas lamelas branquiais. No segundo ensaio, os óleos essenciais de L. sidoides e M. piperita foram avaliados como redutores de estresse no transporte de C. macropomum. Os peixes (127,55 ± 22,41 g) foram transportados durante quatro horas em sacos plásticos, compondo os seguintes tratamentos: a) controle não estressado (NE - não submetido ao transporte), b) controle estressado (E - submetido ao transporte), c) OELS 10 mg L-1, d) OELS 20 mg L-1, e) OEMP 20 mg L-1 e f) OEMP 40 mg L-1, com três repetições. Após o transporte foram analisados parâmetros de qualidade de água, hormonais, bioquímicos e enzimáticos. C. macropomum transportado com OELS 20 mg L-1 apresentou uma redução significativa nos níveis de cortisol se comparado aos peixes transportados sem óleo essencial. A via glicolítica foi especialmente estimulada nos peixes transportados com OEMP 20 mg L-1, pois os valores das enzimas glicolíticas hexoquinase (HK), piruvato cinase (PK) e lactato desidrogenase (LDH) estavam elevados no tecido muscular. Os óleos essenciais não afetaram a atividade da acetilcolinesterase (AChE) no cérebro de C. macropomum, e após o transporte os peixes de todos os tratamentos apresentaram uma redução significativa (28,2%) da AChE muscular. As concentrações OELS 20 mg L-1 e OEMP 20 mg L-1 promoveram aumento dos níveis da enzima glutationa S-transferase (GST) no cérebro. Conclui-se que os óleos essenciais nas concentrações avaliadas tendem a melhorar a qualidade da água durante o transporte, minimizam o estresse fisiológico, ajudam a manter a demanda energética por meio da via glicolítica e, além disso, não demonstram ter efeitos neurotóxicos, é recomendado a concentração de 20 mg L-1 OELS para uso no transporte de C. macropomum. Diante dos resultados apresentados, as perspectivas se abrem para a avaliação de compostos isolados dos óleos essenciais, assim como nanomoléculas com o intuito de aumentar a eficácia dos óleos essenciais e potencializar as suas atividades biológicas, a exemplo das atividades anestésicas e redutoras de estresse. Com a disponibilização destas informações pretende-se contribuir para desenvolvimento do setor produtivo, levando maior biosseguridade e biossegurança no segmento da aquicultura.", publisher = {Universidade Federal do Amazonas}, scholl = {Programa de Pós-graduação em Ciências Pesqueiras nos Trópicos}, note = {Faculdade de Ciências Agrárias} }