@MASTERSTHESIS{ 2025:1480051149, title = {Parteiras Indígenas Baré: suas memórias e saberes tradicionais no atendimento junto às puruãs na sede de São Gabriel da Cachoeira-AM}, year = {2025}, url = "https://tede.ufam.edu.br/handle/tede/11034", abstract = "Estar grávida, parir, dar à luz a um novo ser, pode até ser um ato natural, mas para os povos indígenas, não importando quantas vezes seja para as mulheres, é um momento único e mágico que ao longo de milênios tem se estendido de rituais. Desde a concepção do pequeno ser, as mulheres indígenas já sentem que haverá mais um componente familiar a caminho, sentimentos estes que dão início há uma preocupação em garantir que o novo ser possa vir com saúde e segurança. O presente estudo teve por objetivo compreender os significados e sentidos deste momento mágico presentes nas memórias e saberes tradicionais do “estar grávida e do preparo para a chegada do novo ser” pelas parteiras indígenas da etnia Baré na sede de São Gabriel da Cachoeira-AM. Para sua realização aderimos ao método etnográfico, baseada numa abordagem de análise qualitativa e acrescida por dados quantitativos. As técnicas utilizadas para a coleta dos dados foram: pesquisas bibliográficas, observação participante, entrevistas semiestruturadas e registros de relatos orais. A expressão parteira indígena põe como protagonistas a três mulheres indígenas da etnia Baré moradoras na sede do município de São Gabriel da Cachoeira-AM, que com ótimas recomendações e há anos exercem a atividade de atendimento especializado como parteiras junto às ipuruã1, nossa busca foi o de “dar voz”, relatando as histórias, a natureza, a saúde mental e espiritual e trajetória ao conhecimento cultural como especialistas indígenas. Muitas das vezes desqualificadas e desprestigiadas em sua profissão, as parteiras indígenas passam por momentos de descréditos, ainda mais em medições e hierarquização de conhecimentos. As práticas das rezas, a fé no que é invisível, as regras presentes nas crenças, o ato de ajeitar a barriga para mudar a posição do bebê, as plantas medicinais, as fases da lua e os rituais a ser seguida pelas grávidas, enfim, todas essas experiências vividas pelo mundo feminino necessitam ser constatadas e respeitadas pelo mundo científico. Elas são detentoras de uma ciência e técnicas entrelaçadas, em que “os ritos e as crenças mágicas apareceriam então, com outros tantas expressões de um ato de fé numa ciência ainda por nascer” (LÉVI-STRAUSS, 2008, p. 26). Uma ciência milenar que precisa ser recuperada e divulgada. Os cuidados das parteiras indígenas, não permanecem somente durante o processo do parto, ocorre antes, durante e depois do nascimento. Uma parteira indígena, seja na cidade ou na comunidade, tem tanta importância quanto um médico obstetra possui em uma maternidade. O diferencial quanto ao acompanhamento realizado pelas parteiras indígenas é a criação de laços de confiança, pois as parteiras conhecem o corpo da parturiente, seus traços, trejeitos e a melhor maneira de ter a criança e de como cuidar a cada etapa de gestação. É fato que nossas avós estão indo e poucas são as mulheres parteiras entre nós. Por isso elas precisam sair do anonimato, serem apresentadas e imortalizadas por sua coragem, fé e sabedoria, conhecimentos milenares de uma cultura que não pode ser esquecida ou se perder com o tempo. Que o exemplo de nossas parteiras indígenas sirva como encorajamento para que outras possam assumir esse dom, mais não se manifestam pelo medo do descrédito e desvalorização, que elas possam dar continuidade à geração de indígenas parteiras no Alto rio Negro. Palavras chave: Parteira Indígena, Etnoconhecimento, Memória", publisher = {Universidade Federal do Amazonas}, scholl = {Programa de Pós-graduação em Sociedade e Cultura na Amazônia}, note = {Instituto de Filosofia, Ciências Humanas e Sociais} }