@MASTERSTHESIS{ 2025:38558727, title = {Gênero, política e poder: reflexões sobre o perfil das Vereadoras de Manaus}, year = {2025}, url = "https://tede.ufam.edu.br/handle/tede/11051", abstract = "A participação das mulheres na política brasileira evidencia uma ruptura quanto ao estereótipo falocêntrico de que cada espaço é determinado por um sexo, em especial, o masculino. Apesar de comprovar por recentes estudos que essa participação ainda é tímida, o feminino se estabelece enquanto resistência e persistência, que nos evidencia a percepção em especial de que o poder legislativo ainda é predominantemente ocupado e demarcado pelo masculino. Esta pesquisa além de abordar uma discussão sobre os espaços de poder no legislativo municipal, trabalha o perfil político das mulheres vereadoras que compuseram e as que compõem o parlamento da Câmara Municipal de Manaus, CMM. Em que pese a existência da CMM ser datada em 8 de outubro de 1833, somente em 1964 é que Manaus conhece sua primeira mulher Vereadora em sua história. De 1964 a 2024, um total de 31 mulheres foram eleitas vereadoras e, dentre essas mulheres, ao longo das 19 legislaturas vigentes na CMM, houve 56 participações do feminino entre eleitas, reeleitas ou participação enquanto suplência. As literaturas utilizadas como referencial teórico neste estudo estão inseridas nas discussões de gênero, espaço social e sobre mulheres no legislativo (Saffioti, 2015; Torres, 2005; Pateman, 2024; Mills, 1982; Fraser, 1990). O método de abordagem é o prosopográfico, com o uso de fontes históricas para o estudo das trajetórias femininas da CMM. Lacunas foram preenchidas através de fontes documentais e de contribuições orais de servidores da CMM e ex-vereadoras, possibilitando a construção biográfica das pesquisadas. Quanto à análise dos dados levantados, vislumbrou-se a qualificação profissional das mulheres no parlamento, todas com escolaridade e formação acadêmica, a construção do capital político próprio evidenciou-se em muitos casos, ou seja, engajamento social e participação do coletivo, sobretudo com a adesão entre partidos, sindicatos, associações profissionais, ONGs e igrejas. Outras se destacaram pela posição social ou midiática favorecida à época, e as conexões interpessoais (apadrinhamento) do masculino para com o feminino também foram evidenciadas. As bandeiras sociais comumente se repetem entre as mulheres, ou seja, causas filantrópicas, educacionais, luta por direitos sociais e moradia, mulheres, crianças e pessoas em vulnerabilidade social. Quanto à questão da filiação partidária, poucas foram as mulheres que demonstraram uma fidelidade ideológica e partidária, evidenciando que apenas as vereadoras de partidos de esquerda e centro-esquerda apresentaram essa fidedignidade, e representaram 13% das eleitas nas 19 legislaturas da casa, enquanto as vereadoras de centro, centro-direita à direita, 87%. Concluímos que o feminino enfrente lutas constantes por ocupação de território, espaço, visibilidade e poder e que, apesar de vivenciarmos um processo permanente de construção de direitos igualitários, as mulheres ainda precisam cotidianamente buscar a consolidação, a autoafirmação e, sobretudo, a união por espaços que também lhes pertencem, sob este enfoque especial, o parlamento.", publisher = {Universidade Federal do Amazonas}, scholl = {Programa de Pós-graduação em Sociedade e Cultura na Amazônia}, note = {Faculdade de Estudos Sociais} }