@MASTERSTHESIS{ 2025:90642077, title = {De cidadã de segunda classe ao fundo do poço: queda e ascensão sociais de Adah nas obras de Buchi Emecheta}, year = {2025}, url = "https://tede.ufam.edu.br/handle/tede/11185", abstract = "Essa pesquisa propõe uma análise das obras Cidadã de Segunda Classe (1974) e No Fundo do Poço (1972), da escritora nigeriana Buchi Emecheta, sob a perspectiva dos estudos culturais, do feminismo negro e da interseccionalidade. A partir da trajetória da protagonista Adah, o trabalho busca refletir sobre temas como identidade, opressão patriarcal, racismo, classe social e migração, conectando os desafios enfrentados pela personagem às realidades vividas por muitas mulheres negras, pobres e imigrantes. Dividido em três capítulos, o estudo contextualiza historicamente a Nigéria e analisa o desenvolvimento de Adah como personagem em meio a adversidades que marcam seu processo de amadurecimento pessoal e social. No primeiro capítulo, é discutido como os conceitos de identidade e colonialismo moldam a vida de Adah desde sua infância, utilizando os autores Hall (2006, 2003), Bilge e Collins (2020), entre outros. O segundo capítulo aprofunda-se nas vertentes do feminismo negro e decolonial, abordando como a exclusão de mulheres negras das primeiras ondas feministas influenciou o surgimento de movimentos que articulam raça, classe e gênero de forma integrada, utilizando autoras como Davis (2016), hooks (2019), Vergés (2020) e Lugones (2020). Já o terceiro capítulo introduz a teoria da interseccionalidade, ampliando a análise da protagonista ao considerar as múltiplas camadas de opressão que ela vivencia enquanto mulher negra, nigeriana, mãe solo e imigrante, baseando-se em autoras como Crenshaw (1989) e Akotirene (2019). Além da análise teórica, a dissertação realiza uma análise dos elementos literários das obras, observando aspectos como o arco narrativo de Adah, o ponto de vista utilizado por Emecheta e o papel da protagonista como uma heroína fora dos padrões impostos pela sociedade patriarcal e capitalista, trazendo autores como Moretti (2020), Genette (1979), Friedman (2002) e Lukács (2000). A autora nigeriana, cuja trajetória de vida tem paralelos com a de sua personagem, escreve com forte teor autobiográfico, crítica social e humor ácido, conferindo à sua literatura ficção narrativa um caráter de denúncia e resistência. A relevância do trabalho está em trazer visibilidade à literatura africana de autoria feminina, ainda pouco discutida em língua portuguesa. Ao unir análise literária e crítica social, a pesquisa evidencia o poder da literatura como instrumento de empoderamento e conscientização, especialmente para mulheres negras e marginalizadas. Assim, contribui para ampliar o debate acadêmico sobre as múltiplas formas de opressão enfrentadas por essas mulheres, além de estimular o reconhecimento de suas vozes e experiências. A análise revelou Adah como um indivíduo fragmentado pelas diferentes influências culturais e pressões sociais que a cercam, em constante desacordo com o mundo moderno em que está inserida.", publisher = {Universidade Federal do Amazonas}, scholl = {Programa de Pós-graduação em Letras}, note = {Faculdade de Letras} }