@PHDTHESIS{ 2025:414766898, title = {Espectros do passado: memória, mito e poder na trajetória de Júlio de Mesquita Filho (1925-1969)}, year = {2025}, url = "https://tede.ufam.edu.br/handle/tede/11159", abstract = "A tese estuda, a partir da trajetória e obra do jornalista Júlio de Mesquita Filho (1892–1969), dirigente e publisher do jornal O Estado de São Paulo, como foi construída uma interpretação político-cultural do Brasil com base no nativismo mítico das “bandeiras” paulistas. Ao analisar os vestígios escritos que intentam reconstituir uma experiência nativista, o trabalho procura mostrar que essas narrativas não apenas tinham o mote de restabelecer tradições atávicas por meio do mito, mas também articulam formas de ação, engajamento e produção ativa de memória. O estudo delimita o período de análise entre 1925 (ano de publicação do livro A Crise Nacional) e 1969 (ano do desaparecimento de Mesquita Filho e da publicação póstuma dos escritos reunidos sob o título Política e Cultura). Durante essas décadas, as tendências regionalistas se manifestam em projetos de centros universitários, como a Universidade de São Paulo, e na própria interpretação da História brasileira. A disputa simbólica e política – personificada na figura de Getúlio Vargas, aliados e “herdeiros” – reflete conflitos profundos entre o poder político e os projetos de representação e memória. Além disso, a tese discute como a Filosofia da História teleológica, nascida do mito e empregada para consolidar dirigentes paulistas, configura hierarquias e reivindica legitimidade de tutela em variadas temporalidades. A análise se articula diretamente com a compreensão do conceito de liberalismo, que foi deslocado de modo a integrar ideias de raça, história, economia e modelos de educação, contribuindo para a prefiguração de determinadas visões de sociedade. Metodologicamente, a pesquisa busca evitar hierarquias entre os modelos analíticos, dialogando com as perspectivas da história social da cultura, da história intelectual e da história política. Para fundamentar a exegese proposta e as suas derivações conceituais sobre as relações com o tempo, a formação da burguesia brasileira e os usos políticos da memória e do passado, o estudo se apoia em autores como Karl Marx, Walter Benjamin, Reinhart Koselleck, Michael Löwy, Florestan Fernandes e Muniz Sodré. O título é formulado a partir de uma inspiração derridiana, remetendo à reflexão sobre as ressonâncias e consequências históricas de doutrinas, consensos e virtualidades, elaborada em Espectros de Marx.", publisher = {Universidade Federal do Amazonas}, scholl = {Programa de Pós-graduação em História}, note = {Instituto de Filosofia, Ciências Humanas e Sociais} }