@MASTERSTHESIS{ 2025:1038579599, title = {Do acesso a permanência: travessia dos estudantes universitários ribeirinhos para escola superior de ciências da saúde do Amazonas}, year = {2025}, url = "https://tede.ufam.edu.br/handle/tede/11189", abstract = "O acesso e a permanência na universidade, para estudantes ribeirinhos, envolvem uma travessia que ultrapassa barreiras geográficas, revelando desigualdades invisíveis que persistem além dos portões acadêmicos. Apesar dos desafios, a presença de jovens ribeirinhos no ensino superior representa uma trajetória de luta e resistência. Esta pesquisa teve como objetivo principal compreender as dimensões psicossociais da transição entre comunidades ribeirinhas e a cidade de Manaus/AM a partir da experiência de estudantes da Escola Superior de Ciências da Saúde do Amazonas (ESA/AM). Adotou-se uma abordagem qualitativa, descritiva e transversal, fundamentada na psicologia social crítica e na psicologia rural. Participaram cinco estudantes, dos cursos de Odontologia e Enfermagem, com idades entre 18 e 25 anos. Os dados foram coletados por meio de entrevistas semiestruturadas, diário de campo e recursos fotográficos, sendo analisados pela Análise Temática de Braun e Clarke (2006), resultando em três temas centrais e oito subtemas. O primeiro tema refere-se ao acesso e permanência na universidade, tendo como subtemas a travessia, as diferenças no ensino e os desafios de permanência; o segundo aborda as dimensões psicossociais do cotidiano acadêmico a partir de aspectos psicológicos, sociais e econômicos; e o terceiro trata das redes de apoio na vivência universitária por meio de vínculos afetivos e suporte familiar. Os resultados evidenciam três eixos de problematização: (1) a elitização pedagógica, que desvaloriza saberes tradicionais; (2) a precariedade econômica, com relatos de jornadas exaustivas de trabalho para custear a vida acadêmica; e (3) o impacto na saúde mental, marcado pela solidão e desenraizamento. As diferenças entre os contextos rural e urbano influenciam significativamente a experiência universitária dos ribeirinhos, e as políticas públicas existentes ainda não contemplam suas especificidades. Como estratégias de enfrentamento, os estudantes desenvolveram redes informais de apoio e ressignificaram suas identidades dentro do espaço acadêmico. Os relatos apontam para a necessidade de políticas de ação afirmativa que considerem a realidade ribeirinha, incluindo auxílios emergenciais, formação docente sensível e currículos decoloniais. O estudo reforça a urgência de pesquisas que ampliem as vozes amazônidas na construção de uma universidade plural e inclusiva.", publisher = {Universidade Federal do Amazonas}, scholl = {Programa de Pós-graduação em Psicologia}, note = {Faculdade de Psicologia} }