@MASTERSTHESIS{ 2025:858965698, title = {Infecção por filárias em Saguinus midas (Linnaeus, 1758) e Saguinus bicolor (Spix, 1823) na Amazônia Central}, year = {2025}, url = "https://tede.ufam.edu.br/handle/tede/11251", abstract = "O Saguinus bicolor é um primata neotropical do grupo dos calitriquídeos que está em estado crítico de conservação e essa situação ocorre, principalmente, pela perda do seu ambiente natural. Desta forma, ações antrópicas vêm promovendo o desflorestamento, a fragmentação, a mudança do uso do solo, a degradação e a perda de qualidade dos recursos naturais disponíveis à espécie. Além disso, nesse ambiente antropizado, o S. bicolor também fica exposto à atropelamentos, eletrocussão, maus tratos e ataques de animais domésticos. No mesmo sentido, ocorrem outras pressões naturais, como o avanço do Saguinus midas em sua área de distribuição geográfica, onde uma relação simpátrica entre os primatas, pode favorecer a transmissão de filárias e prejudicar a conservação do S. bicolor. As filárias da família Onchocercidae são agentes responsáveis por enfermidades zoonóticas de abrangência global, podem acometer diversos hospedeiros como primatas e outros mamíferos, inclusive o homem. A reconhecida interespecificidade de hospedeiro das filárias em primatas neotropicais – PNTS, favorece a sua transmissão nesse grupo. Além disso, sua transmissão envolve vetores-ponte, alguns desses insetos antropofílicos que podem transmitir filarioses reconhecidas como doenças tropicais negligenciadas. Desta forma, em áreas próximas a centros urbanos onde ocorre o S. bicolor, seria possível o surgimento de zoonoses com potencial patológico e epidemiológico ainda não esclarecidos. O objetivo dessa pesquisa foi fazer um levantamento das filárias presentes em S. midas e em S. bicolor de vida livre e verificar se existe compartilhamento de filárias entre esses hospedeiros. Na pesquisa foram utilizados 53 cadáveres de primatas do Projeto Sauim-de-Coleira, 30 do S. midas e 23 do S. bicolor, sua maioria vindo a óbito por atropelamento. As necropsias foram realizadas para busca de filárias adultas e para coleta de material biológico, como o transudato presente nas cavidades abdominal e torácica e de nódulos nos espaços subcutâneos adjacentes dessas cavidades e dos membros superiores. A identificação morfológica das filárias adultas, foi realizada pela montagem de lâminas temporárias e das microfilárias, pelo esfregaço em lâmina do transudato coletado, coradas pelo método Panótico rápido. Foram coletadas 11 filárias adultas compatíveis com o Dipetalonema gracile em S. midas, uma ocorrência de 13,3% (4/30). No exame do transudato, os S. midas apresentaram em 20,0% (4/20) das amostras a presença de microfilárias, nos S. bicolor elas foram observadas em 56,52% (13/23) das amostras. Houve a identificação de quatro espécies de microfilárias compatíveis com o Dipetalonema gracile, a Mansonella cf. mystaxi, a Mansonella cf. marmosetae, as duas últimas inéditas nesses dois hospedeiros e a Mansonella mariae, inédita no S. midas. As infecções ocorreram em sua maior parte por coinfecções e o índice de Jaccard apresentou sobreposição completa das espécies de filárias, evidenciando possível compartilhamento de filárias entre os dois primatas. Apesar dessa similaridade, a análise de abundância das microfilárias revelou diferenças marcantes na dinâmica das infecções, com predomínio de M. mariae em S. bicolor. Esses resultados, aliados ao ineditismo dos registros, reforçam a importância de novos estudos moleculares e epidemiológicos que avaliem o compartilhamento parasitário, principalmente, nas áreas de sobreposição das espécies, a dinâmica de transmissão e o risco potencial de zoonoses, aspectos importantes tanto para a conservação do S. bicolor quanto para a saúde pública na Amazônia", publisher = {Universidade Federal do Amazonas}, scholl = {Programa de Pós-graduação em Ciências do Ambiente e Sustentabilidade na Amazônia}, note = {Centro de Ciências do Ambiente} }