@PHDTHESIS{ 2025:242928431, title = {Avaliação do potencial larvoterápico das espécies Hemilucilia segmentaria e Hemilucilia semidiaphana (Diptera: calliphoridae) no reparo tecidual de lesões cutâneas de ratos diabéticos}, year = {2025}, url = "https://tede.ufam.edu.br/handle/tede/11240", abstract = "A Terapia Larval (TL), caracterizada pelo uso de larvas desinfectadas de moscas para tratamento de lesões com tecido necrótico, tem se destacado como terapêutica segura e eficaz no desbridamento de feridas crônicas. Em busca de validar novas espécies de dípteras (Calliphoridae) para TL, este estudo propôs avaliar o potencial larvoterápico das moscas-varejeiras H. segmentaria e H. semidiaphana, no reparo tecidual de lesões cutâneas de ratos diabéticos. Trata-se de um estudo experimental que buscou integrar três frentes para viabilidade terapêutica: (i) Compreender os mecanismos imunológicos/desbridamento/antibiofilme em espécie já validada para TL em uma revisão integrativa da literatura; (ii) Estabelecer protocolo de criação das espécies em laboratório e desinfecção dos ovos para aplicação clínica; e (iii) Ensaio pré-clínico randomizado em ratos diabéticos, comparando TL a colagenase e solução salina. Ratos wistar foram induzidos ao diabetes, posteriormente lesões cutâneas foram provocadas nos animais, e, após 48 h, os grupos experimentais foram tratados com as larvas de ambas as espécies, o grupo controle positivo com colagenase e o negativo com solução salina a 0,9%. Para avaliação da atividade cicatricial, as lesões foram registradas e analisadas no 3º, 7º e 14º dia após as intervenções, onde foram verificadas características macroscópicas e histológicas das lesões. Os resultados de área e contração das feridas foram expressos em média ± desvio padrão, submetidos à análise de variância (ANOVA) e ao teste post-hoc de Tukey. As variáveis de avaliação histológica foram analisadas pelo teste não-paramétrico de Mann-Whitney e a análise inter-grupo foi realizada pelo teste não- paramétrico de Kruskal-Wallis. Foram considerados significativos os valores comparados ao nível de 5% de significância, onde p ≤ 0,05. A revisão mostrou que as excreções/secreções (ES) de larvas reduzem respostas pró-inflamatórias (neutrófilos/monócitos), inibem complemento sem perder atividade antimicrobiana e quebram biofilmes, favorecendo a transição para fase proliferativa. Em condições de laboratório, o período de desenvolvimento de ovo a adulto foi de 10,1 dias para H. semidiaphana e 12,2 dias para H. segmentaria. No processo de esterilização dos ovos para TL, a solução mais acessível e que obteve maior taxa de eclosão dos ovos, foi o hipoclorito de sódio a 1%. Os grupos tratados com larvas apresentaram melhor desempenho quanto ao desbridamento, redução precoce de sinais de inflamação e contração da ferida, sendo até 15,2% superior à colagenase e 7,9% maior em relação à solução salina, além de maior deposição de colágeno e reepitelização. A avaliação histológica evidenciou que a TL esteve associada a uma inflamação discreta, deposição mais organizada de colágeno, proliferação fibroblástica e vascular em padrões compatíveis com uma cicatrização ordenada, além de reepitelização precoce e eficiente. A quantificação de mastócitos mostrou menores percentuais nos grupos submetidos à terapia larval, indicando modulação importante da resposta inflamatória. Estes resultados confirmam o potencial da larvoterapia com H. segmentaria e H. semidiaphana, mas evidenciam a necessidade de novos ensaios pré-clínicos randomizados para elucidar respostas imunológicas específicas de cada espécie e sua relevância causal no reparo de lesões cutâneas, assim como, estudos em humanos para validar a terapêutica com segurança, eficácia e custo-benefício principalmente no tratamento de lesões diabéticas.", publisher = {Universidade Federal do Amazonas}, scholl = {Programa de Pós-graduação em Imunologia Básica e Aplicada}, note = {Instituto de Ciências Biológicas} }