@MASTERSTHESIS{ 2011:1599327830, title = {Identidade, língua e cultura: usos sociais e políticos do Nheengatu na comunidade indígena do Cartucho, no Médio Rio Negro AM}, year = {2011}, url = "http://tede.ufam.edu.br/handle/tede/2883", abstract = "Tomando a linguagem como um diacrítico cultural e como marca da identidade étnica, desenvolvo neste texto, um argumento que busca estabelecer uma relação entre linguagem, identidade e cultura. O foco da abordagem é orientada para o contexto empírico da emergência de novas identidades coletivas indígenas. O objetivo é demonstrar os processos de reconstrução da identidade étnica a partir da manipulação e/ou mobilização dos sinais diacríticos que podem ser usados para demarcar as fronteiras étnicas de uma cultura. A análise abrange o contexto empírico da região do Médio do Rio Negro, mais especificamente a comunidade indígena do Cartucho, localizada na ilha de Wabada nas Terras Indígenas Médio Rio Negro II - AM. A partir desta perspectiva, o objeto de estudo do presente pesquisa são os usos sociais e políticos da Língua Geral Amazônica (o Nheengatu) que deriva historicamente o Tupinambá e foi adotado como a língua franca durante o período colonial que institui a comunicação ea interação social entre indígenas e não-indígenas. Atualmente, essa língua ainda é falada em toda a região do Rio Negro e é usado por muitas pessoas como um instrumento de afirmação da identidade étnica, como observado entre os Baré, cuja língua original não é mais falada. A escolha da Terra Indígena Médio Rio Negro - II é devido à diversidade cultural e linguística existente nesta região. A principal razão apontada na literatura antropológica para a manutenção deste complexo multi-étnico é a persistência da exogamia linguística e residência patrilocal, ou seja, nesta região os homens geralmente se casam com mulheres que falam uma língua diferente da sua. Em tais circunstâncias, as crianças crescem falando dois idiomas. No entanto, a linguagem que identifica a pessoa, a aldeia e o grupo étnico é, principalmente, a linguagem do pai e não o idioma do grupo linguístico da mãe. Na verdade, eles são falantes que dominam três ou mais línguas que são faladas na vida diária e na família. Estes falantes nativos ainda são capazes de compreender outras línguas indígenas faladas na comunidade, bem como o Português, mas entre eles, falam predominantemente o Nheengatu. Este cenário apresenta-se como a ideal para o estudo dos usos sociais e políticos do Nheengatu, devido a ser um contexto de bi-e multilinguismo. A pergunta inicial é conhecer as razões pelas quais certas línguas são faladas ou não, dependendo do contexto social ou situações de comunicação coletiva e a interação social, circunstancial ou não, em que os falantes estão em realizações concretas nos domínios sociais da linguagem. A hipótese que norteiam esta pesquisa é que o Nheengatu consolidou-se como uma língua franca, e por esta razão, tornou-se o instrumento que permite a comunicação e interação social, servindo como mediador inter-étnico na região e, mais que isso, estabeleceu -se como a língua materna ou tradicional, e tem sido adotada por vários grupos étnicos que perderam suas línguas nativas, como é o caso do povo Baré. O método adotado para a realização da pesquisa de campo foi a observação participante. A coleta de dados foi realizada por gravações autorizadas de entrevistas individuais e coletivas, isto é, em discurso em reuniões públicas da Associação das Comunidades Indígenas e Ribeirinhas - ACIR, bem como eventos sociais, desportivos e da comunidade cultural.", publisher = {Universidade Federal do Amazonas}, scholl = {Programa de Pós-graduação em Antropologia Social}, note = {Museu Amazônico} }