@PHDTHESIS{ 2011:1752322723, title = {Agrodiversidade e cadeia produtiva do cará (Dioscorea spp.) na agricultura familiar: um estudo etnográfico no município de Caapiranga-AM}, year = {2011}, url = "http://tede.ufam.edu.br/handle/tede/3055", abstract = "Com o objetivo de realizar um amplo estudo agronômico sobre a conservação da agrodiversidade e cadeia produtiva de cará (Dioscorea spp.) com origem na agricultura familiar do município de Caapiranga no Amazonas, realizou-se uma pesquisa etnográfica com contribuições de abordagens da etnobotânica, da análise participativa de quatro-células, da análise qualitativa e do diagnóstico rápido dos circuitos de comercialização, com emprego de ferramentas tais como: questionário, entrevista, observação participativa, análise de solo, análise química e identificação botânica. Nas localidades pesquisadas, o cultivo do cará se revelou não apenas como uma importante atividade comercial, mas também, como um símbolo cultural que faz de Caapiranga e de suas comunidades agrícolas territórios carregados de sentimentos pelo lugar e pelo o cultivo de cará. Visando alcançar produção suficiente para a sustentabilidade da família, os agricultores realizam as práticas de ajuda mútua, tais como: mutirão, troca-de-dia ou parceria-meia, no entanto, o que se destaca é o ajuri itinerante. Verificou-se que toda a família participa nas unidades produtivas e nas tarefas realizadas nos lares. Dependendo do trabalho e da condição financeira do agricultor, muitas vezes é necessária a força externa identificada como contratação temporária, denominada de diária, trabalho avulso e/ou acessório . A pesquisa sobre a agrodiversidade de cará revelou que os agricultores reconhecem quinze variedades, no entanto, cultivam apenas onze destas. As variedades ainda cultivadas são: Roxão , Macaxeira , Pata-de-onça , Ovo-de-cavalo , Durão , Inhame , Rabo-de-mucura , Miguel e Cará-do-ar . Acredita-se que todas estas pertençam à espécie D. trifida exceto o Cará-do-ar, que pertence à espécie D. bulbifera. Quanto às variedades que não são mais cultivadas como Cará-alemão, Cará-creme, Cará-sucuriju e Cará-espinho, as duas primeiras podem, de acordo com os descritores etnobotânicos, ser D. trifida, enquanto que as duas últimas é preciso identificação botânica. Na implantação da cultura do cará são realizados o corte e a queima da vegetação espontânea. O sistema de cultivo segue sistema rotacional de manejo do solo, ou seja, a roça onde são cultivados os carazais é utilizada por, no máximo três anos e depois é deixada, em pousio. Para o plantio, são feitas covas altas, de 0,80m de diâmetro por 0,40 m de altura e 0,20 m de profundidade. O espaçamento utilizado por 42% dos agricultores é de 1x1m entre as covas, não há espaçamento padronizado entre linhas e o arranjo final das plantas nas roças é de forma adensada. No manejo da cultura, há o consórcio com a mandioca que serve como tutor para o cará. Devido à diversificação nos carazais, as pragas e doenças não causam danos econômicos. A colheita dos tubérculos é realizada em épocas diferentes em relação à idade dos plantios e ciclo da cultura, possibilitando entressafra. Apesar do solo ácido com pH 4,5, em média, pobre em nutrientes, o não uso de insumos convencionais e mecanização, a produção em média de 15 ton.ha-1 é considerada boa pelos órgãos de produção local. Por suas características socioambientais favoráveis, o cultivo do cará se apresenta como uma atividade econômica promissora para região, principalmente para o município de Caapiranga. Para o desenvolvimento desse potencial são necessárias ações que fortaleçam os sistemas de produção familiar, com base na ampliação de pesquisas técnico - cientificas que promovam a união dos saberes para a conservação da agrobiodiversidade e da dinamização da cadeia produtiva da cultura do cará para região amazônica.", publisher = {Universidade Federal do Amazonas}, scholl = {Programa de Pós-graduação em Agronomia Tropical}, note = {Faculdade de Ciências Agrárias} }