@PHDTHESIS{ 2014:2024204583, title = {Uso de plantas para o tratamento da malária em seis comunidades de Boca do Acre, Amazonas}, year = {2014}, url = "http://tede.ufam.edu.br/handle/tede/4041", abstract = "Atualmente pesquisadores de diversas partes do mundo vêm buscando alternativas para o tratamento da malária, principalmente daquela causada por Plasmodium falciparum, a qual vem apresentando resistência aos derivados de quinino em diversas regiões do mundo. A artemisinina reanima a perspectiva de se encontrar no ambiente amazônico, alguma espécie efetiva, dentre as inúmeras utilizadas pelos habitantes da região, para o tratamento da malária, a exemplo do que já ocorreu com a quina. Esses estudos, em comunidades tradicionais do município de Boca do Acre, no estado do Amazonas, contribuirão para resgatar os conhecimentos e conceitos desenvolvidos sobre o uso e cultivo de plantas antimaláricas, além de contribuir positivamente na conservação desses recursos vegetais e da cultura local, pois os municípios vêm sofrendo uma vasta redução da flora e destruição dos habitat, assim como a alteração da cultura popular das pessoas que vivem desse bioma, decorrente do grande impacto causado pela prática agropecuária. O objetivo do trabalho foi de identificar o saber tradicional através do enfoque etnobotânico associado ao cultivo, uso, manejo e conservação de espécies vegetais antimaláricas por comunidades tradicionais do município de Boca do Acre no Estado do Amazonas. O estudo foi realizado no município de Boca do Acre, na área de influência do médio Purus, selecionado de acordo com a ocorrência de malária, com base no Índice Parasitário Anual (IPA) de 2010, fornecido pela Fundação de Vigilância Sanitária (FVS). Foram realizadas visitas às casas, para o levantamento de informações sobre os informantes, conhecimentos sobre malária e as plantas utilizadas para prevenção, tratamento ou cura, através de entrevistas semi-estruturadas. Os dados coletados foram tabulados em Excel. Ao todo foram entrevistados 61 pessoas, entre homens e mulheres. Os moradores das comunidades foco desta pesquisa possuem um conhecimento empírico sobre a doença da malária, e suas possíveis implicações em seu cotidiano. Entre o total das pessoas selecionadas para as entrevistas, foi observado que as mulheres são as principais detentoras do conhecimento relacionado ao uso de plantas medicinais e que 75% nasceram no próprio município. A idade e gênero dos entrevistados influenciam sobre o uso de plantas voltadas para o tratamento da malária e males associados e cerca de 27 pessoas disseram ter a atividade da pecuária como fonte de renda principal e 17 pessoas afirmaram nunca ter contraído a malária. Entre os informantes, a malária também é conhecida como sezão e paludismo e os sintomas da malária citados foram febre, dor no corpo, fraqueza, dor de cabeça, falta de apetite, frio, boca amarga, tontura, dor nos olhos, anemia, dor no fígado, e mal estar. Ao todo foram citadas 70 espécies de plantas utilizadas para a malária e seus males associados, sendo 23 exclusivamente para o uso da malária. Da totalidade de plantas citadas a maioria são de origem exótica, com hábito de crescimento herbáceo, cultivadas por essas populações em seus quintais. As folhas e as cascas são as principais partes das plantas usadas na preparação de remédios, principalmente na forma de infusão. No que se refere aos sistemas de produção de plantas medicinais, foi observado a preocupação com a manutenção da biodiversidade local. Os resultados deste estudo mostram que a preocupação com a manutenção da biodiversidade da região Amazônica é verdadeira, pois a região ainda apresenta um vasto número de espécies com potencial medicinal, mas ainda desconhecidas pelas indústrias farmacêuticas. O conhecimento tradicional associado ao uso de plantas irão de fato ajudar na descoberta de compostos químicos voltados para doenças, principalmente a malária.", publisher = {Universidade Federal do Amazonas}, scholl = {Programa de Pós-graduação em Agronomia Tropical}, note = {Faculdade de Ciências Agrárias} }