@PHDTHESIS{ 2017:1738810707, title = {Pedagogia da Alternância no Amazonas: uma práxis dos movimentos sociais da floresta e das Águas}, year = {2017}, url = "http://tede.ufam.edu.br/handle/tede/6211", abstract = "Esta tese assenta-se na análise das práticas socioeducativas da Casa Familiar Rural de Boa Vista do Ramos, que utiliza a proposta da Pedagogia da Alternância, no intuito de verificar a contribuição dessa prática educativa inovadora que tem início na França, estendendo-se no Amazonas através da Casa Familiar Rural. Busca-se averiguar de que forma os povos tradicionais da Amazônia participam dos processos de desenvolvimento local, remetendo para a inclusão do homem amazônico na educação do campo, da floresta e das águas. A Educação do Campo é a educação que atua para e na superação da situação de abandono, miséria, opressão e dominação presentes na área rural brasileira, produzida pelo capital. A substituição do termo educação rural por educação do campo, representa um avanço de largo alcance social no processo reivindicativo da luta pela educação do campo. A inserção da educação para os povos tradicionais encontra amparo na Constituição de 1988, conquista obtida pela pressão popular que, no jogo de forças com o grupo hegemônico, esteve em desvantagem até 1987. A visão tradicional consistia na ideia de que a industrialização só poderia ocorrer na cidade e, para isso, era preciso educar o operário. O campo estava fora do mister da indústria, não precisava de educação escolar na visão dominante. Os direitos garantidos para os trabalhadores da cidade não chegavam ao campo, foi, pois, com o advento da Carta de 1988, que os povos tradicionais obtiveram o direito à educação do campo. A experiência da Pedagogia da Alternância no Amazonas tem início em 1995, por iniciativa de ativistas ambientalistas e do protagonismo juvenil dos acadêmicos dos cursos técnicos em agroecologia e agente de desenvolvimento da agricultura familiar. Trata-se de uma proposta socioeducativa de formação dos sujeitos locais, tendo por base as suas culturas, modos de vida, práticas sociais do trabalho e organização social dos povos que habitam comunidades tradicionais. Este estudo elegeu como sujeitos da investigação as famílias que possuem filhos inseridos no processo de formação na Casa Familiar Rural de Boa Vista do Ramos, ouvidos sob as técnicas da entrevista profunda, entrevista semiestruturadas e grupo focal. Assume o aporte teórico-metodológico das ciências sociais tendo por base as orientações das abordagens qualitativas sem exclusão dos aspectos quantitativos. Busca estabelecer conexidades interdisciplinares com a Sociologia Rural, Educação, Geografia, Ciência Agrária e Ciência Política. Dentre os múltiplos resultados obtidos nesta investigação, ficou patente o fato de que a educação do campo é uma conquista histórica dos movimentos sociais do Brasil, com especial destaque no Amazonas. Ficou claro, também, o fato de que a pedagogia da alternância é um desdobramento da luta maior pela educação de forma autônoma, participativa e de feição local, cujo modelo advém da França, espraiando-se no Amazonas a partir dos anos de 1995. Deve-se considerar, por fim, que a pedagogia da alternância representa uma proposta alternativa de educação para os trabalhadores do campo que têm na sua cultura local o lastro de conteúdo curricular voltado para a emancipação social e o desenvolvimento regional.", publisher = {Universidade Federal do Amazonas}, scholl = {Programa de Pós-graduação em Sociedade e Cultura na Amazônia}, note = {Instituto de Filosofia, Ciências Humanas e Sociais} }