@PHDTHESIS{ 2018:1421917158, title = {Agroecossistemas amazônicos: o valor das florestas}, year = {2018}, url = "https://tede.ufam.edu.br/handle/tede/6468", abstract = "Compreender as estratégias para a conservação dos agricultores familiares da Comunidade Boa Esperança localizada no município de Autazes/AM, foi o objetivo central desse estudo. Para tanto, foram realizadas análises sobre o sistema ambiental das áreas de uso, em seus aspectos „eco-bio-sócio‟cultural. Os conceitos de bens comuns, agroecossistemas amazônicos, conservação ambiental, valor e „auto-eco-organização‟ foram referências teóricas para compreensão das ações estratégicas de conservação. Para tanto se utilizaram do estudo de caso com a utilização de múltiplos instrumentos de coleta de dados e informações, tendo como base epistemológica o paradigma dialético da complexidade sistêmica. Foram utilizadas entrevistas informais, com roteiro prévio e histórias de vida, inventários etnobiológicos, trilhas culturais e mapeamento geográfico, complementarmente com a observação sistemática do sistema ambiental das áreas de uso apontadas pelos sujeitos da pesquisa, durante dezembro de 2014 a fevereiro de 2018. As análises indicaram que modo de vida das sociedades amazônicas, assim como da comunidade Boa Esperança, está intimamente ligado aos agroecossistemas onde são praticados os cultivos agrícolas, os extrativismos de flora e fauna, a pesca, a criação de animais, preponderantes para a sustentabilidade ambiental nessas áreas. As atividades de sobrevivência, de conservação da agrobiodiversidade inter e intraespecíficas e as formas de geração de renda possibilitam a manutenção de grande parte da cobertura vegetal natural por meio do manejo de plantas nativas e cultivadas. Ao desenvolverem técnicas e procedimentos de manejo utilizando as espécies e transformando as paisagens de acordo com as necessidades os agricultores promovem a conservação e a sustentabilidade ambiental. Ao reconhecer, compartilhar e transmitir geracionalmente o saber sobre os bens comuns, as famílias estabelecem outra economia, que garante a gestão da abundância e não da escassez. Entretanto, os dados transcritos indicaram limitações para a conservação devido às fragilidades nas políticas públicas agropecuárias e sociais, indicando a pressão do capital na mobilização da força de trabalho, e a expansão da introdução frentes de apoio à agropecuária intensiva de animais de grande porte, bovinos e bubalinos, gerando perdas ambientais como a incidência de focos de calor, incêndios florestais e desmatamento nas áreas circunvizinhas às áreas de uso dos agricultores. Como estratégias de resistência na manutenção de suas unidades produtivas, os agricultores têm buscado desenvolver atividades diversas, geradoras de renda não monetária e monetária, caracterizando a pluriatividade, no sentido de, entre os estados de ordem e desordem desencadeados pelas interferências econômicas, sociais e ambientais, promoverem continuamente uma reconstrução cultural. Desse modo, as análises das transformações das paisagens e das estratégias de conservação evidenciadas nesta tese trazem informações importantes sobre conservação ambiental, sobretudo um melhor entendimento sobre o valor utilitário dos bens comuns e como os múltiplos usos desses bens conferem o verdadeiro valor da floresta na Amazônia, propondo um novo olhar sobre o sistema econômico amazônico inserindo emergindo a etnoeconomia das populações humanas e povos amazônicos.", publisher = {Universidade Federal do Amazonas}, scholl = {Programa de Pós-graduação em Ciências do Ambiente e Sustentabilidade na Amazônia}, note = {Faculdade de Ciências Agrárias} }