@PHDTHESIS{ 2018:63230852, title = {Olhares inexplorados sobre a Amazônia no ensino de física: uma abordagem da história da ciência e da tecnologia na Amazônia com ênfase nos relatos dos naturalistas}, year = {2018}, url = "https://tede.ufam.edu.br/handle/tede/6986", abstract = "Este estudo se propõe a um diálogo interdisciplinar entre o Ensino de Física, Natureza e Cultura Amazônica tendo como ponto de partida o relato dos Naturalistas europeus que percorreram esta região na metade do século XIX em razão da sua territoriedade e rica biosociodiversidade. Busca-se extrair de suas obras o testemunho de um saber-fazer local (proto-física), enquanto fonte empírica de conhecimento ou de uma incipiente ciência, que após apoderado, foi soterrado pela ciência européia como algo inútil, erros de ignorância, senso comum. Redescobrir esse saber, para que seus pressupostos possam ser retrabalhados com um olhar mais atualizado e crítico. Demonstra-se, que este rico legado da proto-física envolve um espectro de questões cujo enquadramento constitui uma constelação epistêmica para que não se dissociem e irrompam em fragmentos autônomos e isolados. Impossível de ser subsumida numa única categoria, na tentativa de tornar visível e elucidar estas conexões utilizamos os referenciais teóricos de Kuhn, Toulmin e Bassala, além dos seguintes elementos metodológicos fortemente imbricados: abordagem multicausal, a formulação e a aplicação de conceitos em fluxo, de referenciais moventes, de deslocamento da fronteira e do zeitgeist. Atraves desses marcos, examinamos como a memória, a história, a ciência e a cultura se entrelaçam e se articulam para tecer um quadro epistemico coerente, sob o pano de fundo tecido por ideias vagas e imperfeitas, as chamadas impurezas extra-científicas. Pari passu abre novas e significativas perspectivas para os marcadores empregados pelo pensamento iluminista, que impactou a evolução do conhecimento cientifico, o aumento das especialidades, a fundação das Academias e Ciências, o crescimento da produção das publicações científicas e, principalmente, a prioridade dada a História Natural como linguagem consensual empregada pelos Naturalistas nas expedições científicas pela Amazônia, impulsionado pelos empreendimentos expansionistas e colonialistas durante a exploração econômica e comercial da região. Nesta correlação de forças, entre o centro e a periferia, imperialismo e subordinação de povos e culturas completamente distintas, a História Natural contribuiu para soterrar a proto-física da população local. Vetor difusor da Ciência Iluminista, as viagens científicas desenvolveram novo olhar do ambiente amazônico, cujo atrativo pelo maravilhoso foi alterado por outras questões polêmicas e controversas, como a debilidade do homem americano, o determinismo climático, o papel da biodiversidade para a evolução das espécies, etc. A chegada da família real portuguesa, introduz uma nova rota para o processo de transplantação da institucionalização das ciências no país, especialmente na Província do Amazonas, região periférica, distante das decisões políticas e fora do eixo em que se localizavam as instituições científicas do país. A seta do tempo vai desvelar a existência de Cursos Superiores anexo ao Museu Botânico do Amazonas (1884) que não se consolidaram, mas plantou as sementes que brotariam, no Clube da Guarda do Estado do Amazonas, a 1ª Universidade brasileira: a Escola Universitária Livre de Manáos (1909). Implantada numa época em que Manaus estava passando por grande período de prosperidade financeira, de acelerada urbanização, modernização dos serviços técnico-científicos decorrente do comércio internacional da exportação da borracha, sua principal fonte de renda. A partir de 1912, Manaus entra em crise sob os efeitos da queda dos preços da borracha e da 1ª Grande Guerra. Eventos que irão acelerar o processo de fragmentação e extinção das Faculdades da Universidade de Manáos. O processo de institucionalização das ciências em Manaus ultrapassa a mera implantantação da cadeira de Física, mas exprime a valorização da dinâmica do ensino como uma atividade social, econômica, política e cultural, elementos indispensáveis para consolidação e difusão dos conhecimentos científicos. Desnecessário afirmar, uma discussão contextualizada alicerçada na História Sócio-Cultural da Ciência.", publisher = {Universidade Federal do Amazonas}, scholl = {Programa de Pós-graduação em Sociedade e Cultura na Amazônia}, note = {Instituto de Filosofia, Ciências Humanas e Sociais} }