???jsp.display-item.social.title??? |
![]() ![]() |
Please use this identifier to cite or link to this item:
https://tede.ufam.edu.br/handle/tede/10609
???metadata.dc.type???: | Dissertação |
Title: | Ela vai para estudar e me ajudar em casa: vivências subjetivas de mulheres amazônidas a partir da inserção no trabalho doméstico |
Other Titles: | Ella va a estudiar y me ayuda en casa: experiencias subjetivas de las mujeres amazónicas a raíz de su implicación en el trabajo doméstico She goes to study and help me at home: subjective experiences of amazonian women as a result of their involvement in domestic work |
???metadata.dc.creator???: | Lopes, Kássia Pereira ![]() |
???metadata.dc.contributor.advisor1???: | Nina, Socorro de Fátima Moraes |
First advisor-co: | Albuquerque, Dayse da Silva |
???metadata.dc.contributor.referee1???: | Vasconcelos, Ana Cláudia Leal |
???metadata.dc.contributor.referee2???: | Ribeiro, Carla Vaz dos Santos |
???metadata.dc.description.resumo???: | Trabalhar compreende um modo de engajamento subjetivo diante da pressão para a execução de tarefas delimitadas. As atividades assalariadas que envolvem meios de produção de mais-valia distinguem-se das atividades de produção de menos-valia. Assim, os trabalhadores assalariados podem ser divididos em dois grupos: os trabalhadores produtivos, que produzem e transformam a natureza nas fábricas, no transporte e no trabalho agrário, e os trabalhadores improdutivos, que realizam atividades no setor de serviços, como as trabalhadoras domésticas. Na organização do trabalho, que é construída a partir das necessidades institucionais ou de um grupo, desenvolvem-se padronizações e generalizações na forma de trabalho. O trabalho prescrito, no entanto, não abrange todas as atividades necessárias para a realização das tarefas no ambiente de trabalho. Essa organização pode ser vista como violenta para o trabalhador, pois limita seus comportamentos e sua subjetividade na execução do trabalho. O prazer e o sofrimento no trabalho advêm da dinâmica que ocorre no trabalhador, resultado do confronto entre o indivíduo e a empresa. O sofrimento se manifesta pela falta de comunicação e diálogo entre o patrão e o trabalhador, uma vez que não há a preocupação do patrão em compreender os desejos e a subjetividade do trabalhador, que muitas vezes se opõem às normas e regras estabelecidas. Mesmo que existam mobilizações subjetivas para lidar com as situações cotidianas no ambiente de trabalho, a longo prazo, caso o empregador não busque melhorias para oferecer condições adequadas de trabalho, o adoecimento pode se tornar presente, afetando aspectos importantes da produtividade e da organização do trabalho na empresa. As estratégias defensivas pessoais nem sempre são eficazes; elas se debilitam progressivamente, dando origem a novas formas de defesa, como as defesas secundárias: o adoecimento psicossomático e o adoecimento nas relações de trabalho. Diante do sofrimento, são desenvolvidas estratégias defensivas com o intuito paradoxal de preservar a saúde psíquica do trabalhador, permitindo que ele suporte as diversas situações do trabalho. Já as estratégias de enfrentamento buscam alterar, dentro do ambiente de trabalho, os aspectos que potencializam ou causam sofrimento ao trabalhador. Ao falarmos de trabalhadoras domésticas, estamos nos referindo a uma categoria específica de trabalhadoras, sujeitos de extrema invisibilidade e desvalorização, que não são adequadamente abordadas nas pesquisas atuais da psicologia, nem nas discussões sobre os vínculos tradicionais de emprego no contexto brasileiro e amazônico. O trabalho feminino na Amazônia, particularmente no setor doméstico, possui diversas pluralidades no que se refere às possibilidades de melhorias socioeconômicas para as mulheres da floresta. O tema desta dissertação insere-se no campo da Psicologia, com a Psicodinâmica do Trabalho e a Interseccionalidade como aporte teórico. O primeiro capítulo consiste em um estado da arte sobre o trabalho doméstico no Brasil nos últimos cinco anos. O segundo capítulo aborda a trajetória das mulheres amazônidas trabalhadoras domésticas, destacando quem são as entrevistadas, como surgiu a oportunidade de morar em casa de família e como foi a chegada até a nova moradia. O terceiro capítulo discute a organização do trabalho doméstico e a exploração vivenciada nessas casas. O quarto capítulo descreve as vivências de prazer e sofrimento no trabalho doméstico, enquanto o quinto capítulo examina as estratégias defensivas e de enfrentamento utilizadas pelas trabalhadoras domésticas. Os resultados indicam a escassa produção acadêmica sobre empregadas domésticas na região Norte do Brasil. As participantes da pesquisa foram mulheres amazônidas, trabalhadoras domésticas, que, durante a infância, adolescência ou início da fase adulta, receberam o convite para estudar ou morar em casa de família e migraram para a capital Manaus, no estado do Amazonas, Brasil. O convite, realizado por conhecidos, familiares ou como uma possibilidade de acesso à educação básica ou até mesmo ao ensino superior, inicialmente não era reconhecido por elas como uma forma de trabalho doméstico. No entanto, ao longo do tempo, essas trabalhadoras se deparam com uma realidade de exploração, que inclui trabalho infantil, trabalho escravo, condições precárias e exaustivas de trabalho. O trabalho realizado por essas mulheres é desvalorizado, mas, na ausência de sua execução, elas são punidas, o que gera desconfortos, conflitos, desconfianças e adoecimentos que perduram até os dias atuais. Essas trabalhadoras domésticas tinham direito a um lugar para morar e a um horário para ir à escola, sendo que ajudar em casa e atuar como babá não era considerado trabalho. Assim, formava-se uma relação de obediência, em que as trabalhadoras realizavam as tarefas necessárias nas residências onde moravam, muitas vezes antecipando o trabalho enquanto os demais moradores dormiam. Apesar da dedicação dessas trabalhadoras, situações como assédio moral, assédio sexual e acusações de roubo foram vivenciadas, levando as trabalhadoras a desenvolverem estratégias pessoais para lidar com essas situações de exploração em casas de família. Por fim, observamos que os afetos desempenharam um papel mobilizador entre as trabalhadoras, sendo usados de forma contínua para impedir o rompimento dos vínculos de exploração, o que resultou em uma culpabilização desproporcional à situação vivida. Esse tipo de vivência se perpetua, especialmente quando consideramos a cultura de apadrinhamento presente na sociedade brasileira. Tais temáticas devem ser discutidas nos mais diversos setores da sociedade. Como forma de prevenção e promoção da saúde dessas trabalhadoras, uma possível solução seria a implementação de políticas públicas eficientes, capazes de divulgar e orientar sobre a exploração e o trabalho escravo contemporâneo, que se manifesta no trabalho doméstico disfarçado de “ajuda em casa” ou “somente auxiliar nos afazeres domésticos”. |
Abstract: | Work is an essential part of the individual's psychological construction and therefore also becomes a determinant of health in the social sphere. The study of work should cover the most diverse spaces, giving due importance to the reproductive work that exists in our society. The division of labor refers to social relations, and the sexual division of labor refers to the relationship between men and women in matters of the social division of labor, including the allocation of domestic work. To think about work, with the development of the concept of the sexual division of labor, the idea of the “family” institution as a space for productive work emerged. The ancient tradition of sponsorship is still present today, and is usually developed in families with better financial conditions, under the pretext of bringing a family member who lacks social and financial conditions to study. Domestic work first emerged for women who were children of the forest as a search for something new, then as a survival strategy, followed by a sense of captivity shrouded in trauma and social inequalities. However, the reality is that these relationships mask labor exploitation and conditions analogous to slavery. Women experience situations of vulnerability, based on inequalities, exclusions and discrimination due to our society's history of colonialism, slavery and patriarchy. Domestic work is one of the oldest and most important jobs in Brazil, taking place in employers' homes, in direct and intimate contact, ambivalent, crossed by affections, intimacies, as well as the exercise of work. The aim of this study is to analyze the subjective relations of domestic work in the family home carried out by women who leave the interior of states in the northern region to live and work in the city of Manaus/AM. Methodologically, this research has a qualitative approach and is characterized as descriptive, using the theoretical framework of the Psychodynamics of Work (PDT) and Intersectionality (race, gender and class) in the process of analyzing the life and work trajectory of these Amazonian women, contemplating experiences of pleasure-suffering, the organization of work, defense strategies and coping strategies of these domestic workers. Translated with DeepL.com (free version) Three (3) women who worked as domestic workers in the city of Manaus during their childhood, adolescence or early adulthood took part in the study. During this time, they came from the interior of states in the northern region with the intention of studying in the capital. The content of the interviews was systematized and analysed using Sense Nucleus Analysis (SNA). The results obtained lead to an understanding of a reality in which Amazonian women are offered study and housing in exchange for helping with household chores, but which masks situations of exploitation of labor in domestic work. Due to these circumstances, these women have experienced situations of exploitation, oppression, harassment, physical and psychological abuse, humiliation, precariousness, subordination, inequality and discrimination |
Keywords: | Trabalho doméstico - Mulheres - Amazônia Empregadas domésticas - Amazônia |
???metadata.dc.subject.cnpq???: | CIENCIAS HUMANAS: PSICOLOGIA |
???metadata.dc.subject.user???: | Trabalho Doméstico Trabalho Feminino Empregada Doméstica Mulheres Amazônidas |
Language: | por |
???metadata.dc.publisher.country???: | Brasil |
Publisher: | Universidade Federal do Amazonas |
???metadata.dc.publisher.initials???: | UFAM |
???metadata.dc.publisher.department???: | Faculdade de Psicologia |
???metadata.dc.publisher.program???: | Programa de Pós-graduação em Psicologia |
Citation: | LOPES, Kássia Pereira. Ela vai para estudar e me ajudar em casa: vivências subjetivas de mulheres amazônidas a partir da inserção no trabalho doméstico. 2024. 134 f. Dissertação (Mestrado em Psicologia) - Universidade Federal do Amazonas, Manaus (AM), 2024. |
???metadata.dc.rights???: | Acesso Aberto |
???metadata.dc.rights.uri???: | https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0/ |
URI: | https://tede.ufam.edu.br/handle/tede/10609 |
Issue Date: | 14-Nov-2024 |
Appears in Collections: | Mestrado em Psicologia |
Files in This Item:
File | Description | Size | Format | |
---|---|---|---|---|
DISS_KassiaPereira_PPGPSI.pdf | 1.02 MB | Adobe PDF | ![]() Download/Open Preview |
Items in DSpace are protected by copyright, with all rights reserved, unless otherwise indicated.